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Conclusões 

   Ao longo do desenvolvimento desta tese, várias conclusões foram retiradas. A primeira abordagem desenvolvida incluiu a introdução de uma taxa de avarias variável nas unidades nucleares do sistema elétrico de energia, ao invés da utilização de uma taxa de avarias constante (como é habitual na maioria dos estudos relacionados com a avaliação da fiabilidade de sistemas elétricos de energia). Na maioria dos estudos, os tempos de funcionamento dos componentes elétricos são sorteados a partir de uma distribuição exponencial. Tal é possível devido à utilização de uma taxa de avarias constante. No entanto, a verdade é que os componentes sofrem um desgaste natural com tempo e, portanto, a partir de uma dada altura as suas taxas de avarias começam a aumentar.  Deste modo, a nova abordagem implementada permitiu concluir que os tempos de funcionamento sorteados através de uma distribuição exponencial são, por vezes, maiores do que na realidade. Isto acontece devido ao facto de a abordagem exponencial não considerar os períodos de infância e velhice dos componentes elétricos. Através da aboordagem desenvolvida nesta tese, é possível incluir estes períodos e, portanto obter resultados mais próximos da realidades dos sistemas elétricos de energia.

   A segunda conclusão a retirar está relacionada com a introdução das políticas de manutenção. Em primeiro lugar, verificou-se que, quer fosse aplicado um plano de manutenção preventiva, quer fosse aplicado um plano de manutenção preditiva, a consequência seria a mesma: a extensão do período de vida útil das unidades geradoras. Para além desta conclusão, constatou-se que a extensão do periodo de vida útil era maior quando políticas de manutenção preditiva eram aplicadas. A razão por detrás deste facto é muito simples: a manutenção preditiva baseia a programação das suas ações no estado de degradação dos componentes, enquanto que a manutenção preventiva baseia as suas ações num calendário pré-definido. Deste modo, as manutenções preventivas são muitas vezes levadas a cabo, apesar de não serem necessárias.

  Verificou-se ainda que, qualquer um destes planos de manutenção traz mais beneficios do que a aplicação de um programa de manutenção reativa. Infelizmente, muitas empresas optam por este tipo de programa por o acharem mais económico o que, longo prazo, é falso.

   Já numa fase mais avançada desta tese, uma nova abordagem foi seguida: a saída de serviço das unidades geradoras que se encontram em manutenção. Esta nova particularidade veio revela-se bastante problemática para a manutenção preditiva. Este tipo de manutenção, devido à sua complexidade, é bastante mais dispendiosa em termos de tempo. Ao retirarmos as unidades de serviço, este aspeto ganha uma nova importância (perda de carga durante os períodos de manutenção). Concluiu-se, assim, que devido à longo duração das ações preditivas, este método tornou-se menos eficaz e eficiente do que a manutenção preventiva.  No entanto, foi comprovado que a manutenção preditiva permite uma maior extensão do período de vida útil dos componentes e, portanto, esta tem potencial para ser um tipo de manutenção mais eficaz. A solução para tal passa pela diminuição da duração destas ações de manutenção. Deste modo, vários testes foram feitos assumindo-se que, uma melhor qualificação das equipas de manutenção poderia permitir essa diminução. Concluiu-se, então, que a manutenção preditiva pode, na verdade, ser um processo mais eficaz que a manutenção preventiva.

   Por último, uma análise custo-benefício foi realizada. Quanto ao benefício, o tópico anterior já explicitou os principais aspetos. Quanto ao custo, a manutenção preditiva revelou-se menos dispendiosa. Por um lado, o preço por ação de manutenção preditiva é mais elevado, devido à sua complexidade. Por outro lado, a simulação conduzida mostrou que o número de ações preventivas é muito superior ao número de ações preditivas realizadas. Tal já era de esperar, uma vez que as ações preventivas não tomam em conta o estado atual das unidades. Assim, na globabilidade, a manutenção preditiva revelou-se uma política de manutenção mais eficaz, mais eficiente e menos dispendiosa

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